sábado, 22 de agosto de 2015

O inverso


Não quero mais te amar
Palavras como essas
Nunca mais quero ter que repetir
Em meu coração há segredos
Profundos como o oceano
Sentir saudades
É algo que não posso admitir,
E em seus olhos não vou mais olhar
Isso não me dói !
Não posso seguir e dizer
Amo você!
Em meus sonhos há de aparecer
Algo melhor
Estarei mentindo ao dizer que
Ainda te quero como sempre quis
A verdade é que
Já é tarde demais...

Tudo é questão de ponto de vista.


Jéssica de Moura Faria 20/08/15



De onde?


Um anjo vai perdendo as suas asas
Vai perdendo a sua cor
Uma estrela vai perdendo a sua luz
E se torna tão pequena
Que quase desaparece
De onde vem esse horror
E essa imensa dor?


Jéssica de Moura Faria 
06/08/15 

Nada


Sou tudo e sou nada
Vivo nessa imensa e estranha vala
Perdida onde nada consegue me encontrar
O que me animava já não me satisfaz

Uma dor constante que estala
Ruindo fortemente
Que vem não sei de onde
E vai não sei porque

E me enlouquece
Me entristece
Como nunca, adoeço
Um anseio, um vazio que não será preenchido

E não sei o que acontece
Mas estou em delírios momentâneos


Jéssica de Moura Faria 03/08/15

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Eu amo esse poema e com certeza ele traduz o momento.

Ausência
 
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada. 

 
Vinicius de Moraes 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Passado contínuo


Situações que me prendem
São consequências de um amor
Que nunca morreu
Mas já esmoreceu

Toda uma vida
Um sentimento que anima
Que com o tempo me fez cansar...
E a dor vem

Não fecho os olhos pra você
Porque não consigo
Sempre vou te ver
Mesmo sem você me merecer

Porque amor não é merecimento
É algo que vem da compaixão
As  vezes me entristece
E não posso fazer nada

Não posso ajudá-lo
Apenas deixo o meu exemplo
Meu sentimento
Pois para sempre vou guardá-lo


Jéssica de Moura Faria 07/07/15